Fantasmas

  Por Cris Warlock

            Este é um assunto que mexe apenas com quem acredita que podemos ver, sentir ou ser tocado por espíritos.
E com muita certeza sei que não sou uma pessoa perita em espíritos, mas de alguma forma cresci ouvindo história sobre eles, e vivenciando de muito perto algumas delas.
Bem, quando digo que algumas destas histórias foram de muito perto quero dizer que, minha irmã, 3 anos mais velha, pode vê-los. Sobre ela e suas convivências com espíritos tenho muitas histórias, mas no momento vou compartilhar apenas uma; a qual ainda dou muitas gargalhadas até hoje quando conto a amigos:

           "Era de tarde, minha irmã, com aproximadamente 14 anos, ainda não estava acostumada a ver espíritos caminhando por ai como gente viva; chorava aqui e ali, atormentada com as aparições daqueles que já haviam partido para o outro plano. Na época, um primo meu, ao qual eu chamarei de joão, estava em minha casa passando suas férias escolares. Tanto eu, quanto ele, sentíamos muita pena dela, por ser a única ali em casa capaz de vê-los. Foi então que tive a magnífica idéia (a qual se tornou uma idéia besta), de encorajá-la. Eu com cerca de 11 anos, meu primo com 12, catamos no pátio da casa um pedaço de pau para cada um. Cheguei na minha irmã, aqui com nome de Luciana, e disse:
          - Calma Luciana, a gente não vai te deixar sozinha, não precisa ter medo... agente vai tirar ele daqui!
Hoje eu percebo como nós quando somos crianças não temos noção das coisas; aonde já se viu? Afugentar um espírito com um pedaço de pau!
Perguntei a ela onde o espírito estava naquele momento, ela não demorou a responder, que o tal espírito estava na cozinha. tanto eu quanto meu primo não pensamos duas vezes antes de corrermos até a cozinha, paramos exatamente no centro da cozinha, um de costas para o outro, e começamos a bater os pedaços de pau na mão gritando:
          - Aparece, só aparece pra guria! Aparece pra nós então!
Ela nos chamou, e nós fomos até o quarto dela, onde ela se encontrava parada na porta, e nos disse que o espírito havia saído da cozinha, e agora estava no quarto de minha mãe. Novamente repetimos o ato, mas agora com mais intensidade:
         - APARECE PRA NÓS COVARDE! SÓ FICA ASSUSTANDO A GURIA! NÃO É HOMEM?!
E após fazer isso por quase um minuto, saiamos lentamente do quarto, cheios da onda e paramos lado a lado na porta em frente a ela, e eu disse:
         - Viu Luciana não precisa ter medo, eles não fazem nada.
Mas então ela disse três palavras, o bastante para nos deixar em certo pânico:
        - Ele está vindo!
Não nos mexemos, mas após um segundo apenas, um vento (em uma casa fechada), passou por entre nós, causando um arrepio em toda extensão do meu lado esquerdo do meu corpo, assim como em toda extensão do lado direito do corpo de João. Foi como se o espírito passasse pelo pequeno espaço que havia entre nós, e se esfregado em nós dois ao passar. Óbvio que corri entrando para o quarto de minha irmã, quase a derrubando ao fazer isto, e fechei a porta (outra atitude sem noção de criança, pois isso não pararia um espírito). João bateu três vezes fortes na porta, e ao ver que eu não abri por medo, ele me disse várias palavras ofensivas enquanto corria para a rua."

        Bom desde aquele dia não mexemos mais com espíritos, pois naquele dia foi como se ele quisesse dizer, "eu estou aqui quieto, então não mexam comigo".
 Mas o que quero dizer com esta história, é que nós da Ramus Conceptus, acreditamos em espíritos, que podemos vê-los e senti-los, e que estamos todos sempre rodeados por eles.
"Assim como pode haver, um aqui atrás de mim, enquanto escrevo isso, pode muito bem haver um ai atrás de você enquanto lê."


 

                                                                                                                



Dom ou maldição?


Por Cris Warlock


         Como antes havia dito, há muitas histórias para contar sobre minhas vivências com minha irmã vendo espíritos. Não posso negar que muitas vezes acabávamos rindo das situações, mas foram muitas as que o pânico batia em todos que estavam a sua volta. Não tinha hora para acontecer, ela os via de noite, de madrugada ou em plena luz do dia; em nossa casa, na casa dos outros e andando nas calçadas. Terei muitas histórias aqui para postar, mas já aviso que não me lembro ao certo de datas, então eu as postarei aleatoriamente. E não seguindo a ordem dos acontecimentos.



          Quanto a ver espíritos, é um Dom? Ou uma Maldição? Pois bem, a resposta é de certa forma difícil, pois depende muito da pessoa. E voltando um pouco no tempo, logo quando minha irmã se via "louca" de certa forma, minha mãe procurava por um alívio, uma solução, um remédio para essa doença paranormal; o primeiro lugar que ela achou foi um centro espírita, muito conhecido até hoje, e lá, cada vêz que uma médium perguntava pra ela, o que ela tinha, ela falava "Eu vejo espíritos, e não quero mais ver", causando grande espanto nas médiuns, que respondiam sem pensar "Mas tu não quer um Dom tão divino, que muitas pessoas querem, nossa...", mas era com toda certeza que ela não queria mais isso pra ela.  

           Bom ao voltar de lá, me lembro que por cerca de um mês, as aparições deram uma diminuída, mas ao passar do tempo, elas voltaram. Minha mãe então, levou ela até uma casa de Umbanda, mas isso também não adiantou, o que mais falavam em todas as casas que íamos, era o seguinte "Ela é Médium, e se ela não começar a trabalhar, ela vai continuar a ver...", o trabalhar que falavam seria o seguinte: Ou em um Centro Espírita, ou em uma Centro Umbandista, onde lá ela teria que receber espíritos doutrinados pela casa, como Exu, Ogum, coisas do tipo, e de certa forma, (na minha opinião) não deixar de ver, e sim acostumar-se a vê-los, e lidar com isso. E o que era Dom para muitos, era sua maldição, que a atormentava e a seguia.

           Bom, desta vêz vou lhes contar uma outra história, que não é assustadora, mas ocorrido ainda nas férias, quando meu primo (o qual nomeei João antes) estava aqui.


           Passava da meia noite, aqui em casa sempre foi normal dormirmos tarde. Minha mãe então deu boa noite e foi dormir, meu pai já havia ido antes; e na sala ficaram acordados ainda, Minha irmã Luciana, João, Minha prima Tânia e eu; que assim como qualquer jovem não gostava de dormir a té cair de sono. Conversamos, brincamos e rimos até de madrugada, quando minha irmã, olhou estranhamente para o lado, ficando pálida, mas logo continuou a brincar, mas mais séria. Todo mundo com sono ali, já íamos dormir, e Luciana fez algo que era muito, mas muito raro dela fazer: Me deu um forte abraço, como em uma despedida, e assim fez com João e Tânia. Não entendemos nada, mas também não perguntamos, mas a atitude estranha dela não parou por ai. Ela foi até a quarto de minha mãe, acordou meus pais e os abraçou também, disse que amava eles. E que ia tomar banho. Minha mãe viu que tinha algo de estranho, tomar banho de madrugada, ali pelas três da manhã. Minha irmã saiu rápido e foi pro banheiro. Trancou a porta e ficou lá. Minha mãe foi atrás, e pediu para ela abrir a porta, mas ela não obedeceu. Meu pai não demorou a pegar a chave extra do banheiro e abri-lo, e lá estava Luciana, sentada em um canto do banheiro chorando. "O que foi Luciana?!", perguntou minha mãe levantando ela. E Luciana olhou para ela e disse "Eu vi um Caixão no meio da sala, e acho que é pra mim, já que só eu vi... eu vou morre!", minha mãe sabia que era essas coisas que ela via. Meu pai na mesma hora foi por uma roupa para sair, porque já conhecia a cena: Iriam para o centro espírita procurar ajuda, mesmo de madrugada. Minha prima, que era mais nova entre nós piás, correu e pois um moletom meu e uma calça de João, e estávamos prontos, pois se tinha uma coisa que adorávamos era sair de madrugada (Não perguntem o por que), era algo divertido para nós, claro que não para Luciana, que estava "afetada" pelo momento. Saímos então rumo ao Centro Espírita, e lembro até hoje, que em certa altura, onde o chão estava limpinho, sem obstáculos, Luciana caiu espatifada e com força no chão, como se alguém a tivesse empurrado. Chegamos lá e começamos a bater palmas na frente da casa, até que acordamos todos lá, e como pessoas de bons corações que são até hoje, abriram as portas pra nós, naquela hora da madrugada. Minha mãe explicou toda a situação, e não demorou mais de uma hora para minha irmã sair bem de lá de dentro da sala, e voltar com nós brincando pela rua, normalmente. (lembro também que na volta um carro vermelho quase a atropelou, mas daí não era um espírito e sim um barbeiro idiota).

      

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